Para que as asas sangrem
Para que as asas sangrem
é preciso que eu me faça abdicar do trono de ser seu amor.
Para que elas sangrem
eu preciso novamente não mais me deixar levar
pela natureza divina e não flutuar mais em estados de paz de espírito.
Para que você realmente veja o sangue sobre as minhas asas é preciso que minhas lágrimas sejam estancadas.
E essa estaca de insegurança me seja cravada.
E foi num intervalo de tempo de mergulho em abismo que as asas sangraram.
Vendo evaporar sob olhos cansados
a história mais bela que me ocorreu
e só ficou o silêncio, a distância, e um par de asas sangrando.
Ed França
. do livro Anjos Poemas (2008)
. na imagem: sem título, acrílica s/ tela, (1995)
pintura de Ed França
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