terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
desenho... meio dos anos 90
sábado, 7 de fevereiro de 2009
Uma balada para Lúcifer
Uma balada para Lúcifer
Saboreando viagens distantes
Plana, goza e se refaz na luxúria de pequenas constelações.
Derrete na cauda de cometas pela imensidão do espaço
lambendo seus rabos ate que evanescessem de prazer em atmosferas infantis
Cavalga nos quadris das deusas estelares por entre vórtices e sedutoras tempestades solares
Apaixonado pelo sexo dos Quasares adolescentes
queima em orgasmos multidimensionais.
Gritos de prazer em vórtices imorais
Uivos de amor suprimidos pelo vácuo
Uma galáxia inteira inundada só de gemidos delicados.
Era a Luz amando o cosmo incestuosamente.
Eons após amar cada corpo celeste de incontáveis Galáxias
caiu no abismo como um astro traído.
Sugado sem forças por um buraco negro sem explicação
feito armadilha em seios de uma adolescente perversa.
Sangrando delírios em ventos estelares
Padecendo em morte rasgando atmosferas
Flamejando lamentações preso à gravidade do que não pode ser
em derradeira descida como se manchasse os lençóis de um sagrado amor.
Astro rei que me ilumina
que faz brilhar a vida em gozo
porque ignora seu filho mais zeloso?
Eu que sou candelabro de tua voz em caverna escura habitada por surdos, porque não respondes?
Solicita pela última o primeiro arcanjo, o mais belo, o mais amado, o mais devotado.
O silêncio é faca que golpeia asas, que emudece a alma, que apaga a luz...Que congela a dor e se materializa num bloco de gelo chamado Desprezo.
Agradeçe a dimensão do tempo miserável e limitado
Ironizando em sacrilégios orações e lamentos...E desfalece.
Cai encolhido como um meteorito implacável
em direção ao oceano das verdades do agora
Vertendo labaredas de lágrimas divinas em copioso lamento.
amargando em desolação como uma maldição ejaculada dos céus.
Sem receio de me espatifar no detestável tempo espaço
aceito esse abismo de mentiras na espessa geografia da matéria!
Balbuciou com olhos cerrados o arcanjo mais amado.
Denso como um bloco de pedra lunar
Silenciou no fundo do mar
Sem pensar nas lágrimas de fogo
que precederam sua queda.
Prisão dimensional
Feito casamento arranjado
Melancolia imemorial
Feito gravidade terrestre
Já nem emana mais a consciência espacial
nem a luz sagrada em profundidade que outrora fora a chama do meu amor.
Habita em mim o esquecimento temporário
que a infinitude me condenou!
Reflete apoiando a fronte o arcanjo mais amado.
Em órbita dessa condenação
num ciclo repetitivo e temporal
que encerra o caos dentro do que já foi ordem.
Aquieta e aceita a queda
mastigando sua imensurável solidão interior
sofre assim absorto em dor
o arcanjo portador da luz.. o filho mais amado.
Nessa carcaça de planeta morto
a leveza da minha sabedoria
que descansava na inocência de galáxias distantes
agora são reminiscências de prazeres perdidos!
São tão tímidas essas lembranças
que evaporam-se sem deixar vestígios!
Escreveu em sua pele o arcanjo mais amado.
Remoendo a saudade da Estrela Maior e Princípio do Todo
que um dia o amou infinitamente e hoje não ouve mais
nem o eco das suas lamentações
muito menos seus questionamentos.
Conta luas e estrelas
observando seres, naturezas e criações imperfeitas
Finda os tempos impiedosos
abraçando feito falsa esposa o arcanjo que outrora fora o mais amado.
Aquecido apenas da presença de seus irmãos
planetas rebeldes num universo seco
como os lábios de quem já não ama há tempos.
Triste como um velho sol que se cala sem calor ou luz
obrigado a ouvir o voz fria da escuridão
lamenta angustiado o mais belo no útero da terra.
Numa balada para o anjo Luz
Derrama em lágrimas então os céus
numa chuva de meteoritos de sangue
Só se ouve um choro baixo das ondas e o tremor das terras inférteis
que oferecem adágios doloridos e singelas melodias
sob o brilho das estrelas impassíveis e covardes.
Como se fosse possível compreender a dor dos amantes separados...
Como a língua da vaidade em fel se subordinando à estéril companhia de quem não se ama.
Como se o fim negasse o princípio.
Como se o pai não amasse o filho.
Como se a lua não cedesse aos encantos do sol.
Com se a ordem suportasse o Caos.
Como se fosse possível impedir a beleza do mais belo.
Ou apagar a luz de quem carrega a tocha desde o princípio com uma história maldosa.
Como obliterar o Amor de quem copulava com o Infinito desde quando nada havia sido criado.
Ed França (janeiro, 2009)
. no texto: poesia de Ed França, Janeiro de 2009. da série Anjos Poemas.
. na imagem : trabalho de Ed França, técnica mista sobre papel e colagem. 2001.
. no som: saints are down_The Cult.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Contra tempo
Sou um dinossauro...
meu tempo é outro...
e mesmo com toda tristeza me dizem que sou novo demais pra morrer...perda de tempo!
Meu tempo independe das suas maldades, traições, ganância ou medo...
Talvez o problema seja que as pessoas tem medo do tempo...
Há tempos não sinto medo do tempo...
Tenho mais medo é dessas pessoas presas no espaço tempo...
O tempo é uma ilusão...
Uma convenção humana superficial e limitada, fugaz como as inúteis paixões humanas...
Rápido ou lentamente, corro para concretizar meus sonhos...
Meu espírito é indestrutível...Além do tempo!
Minha alma é forte e meu coração é puro...como no tempo de infância!
Meu corpo é mais limpo do que sua cegueira pode vislumbrar...Perda de tempo me corromper!
O resto é literatura...poesia..e mito!
Como um relógio antigo desenhado num caderno perdido no tempo....
Sejamos mais sábios e felizes em nossa rápida passagem pelo planeta...
E se lembrar de mim por algum tempo, que nos encontremos para perder tempo falando de coisas boas, sorrisos demorados, aventuras passadas e desejos distantes que estariam por vir....
E se aparecer, fique o tempo que quiser...
Agora, deixa eu dar um tempo....
Ed França (2009)
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